Convulsão
Uma convulsão é um fenômeno eletro-fisiológico
anormal temporário que ocorre no cérebro (descarga bio-energética) e que resulta numa sincronização
anormal da atividade elétrica neuronal.
Estas alterações podem refletir-se a nível da tonacidade corporal
(gerando contrações involuntárias da musculatura, como movimentos desordenados,
ou outras reações anormais como desvio dos olhos e tremores), alterações do estado
mental, ou outros sintomas psíquicos.
Dá-se o nome de epilepsia à síndrome médica na qual existem a convulsões
recorrentes e involuntárias, embora possam ocorrer convulsões em pessoas que
não sofrem desta condição médica.
Sintomas das Convulsões
A crise convulsiva é generalizada quando há movimentos de braços e pernas, desvio dos olhos e liberação dos esfíncteres associada à perda da consciência.
É denominada focal simples, quando as contrações acontecem em um membro do corpo (braço, perna) e não fazem com que a pessoa perca a consciência. Se houver perda da consciência associada à contração de apenas um membro damos o nome de focal complexa.
As crises podem se apresentar ainda como uma "moleza" generalizada no corpo da pessoa; estas são as crises atônicas.
A crise de ausência se caracteriza pela perda da consciência, em geral sem quedas e sem atividade motora. A pessoa fica com o “olhar perdido” por alguns momentos.
Principais causas de convulsão
São várias as causas que podem levar à convulsão, sendo as
principais:
Acidentes de carro, quedas e outros traumas na cabeça(TCE);
Meningite;
Desidratação grave;
Intoxicações ou reações a medicamentos;
Hipoxemia perinatal (falta de oxigênio aos recém nascidos em partos complicados);
Hipoglicemia (baixa glicose no sangue);
Epilepsias (crises convulsivas repetitivas não relacionadas à febre nem a outras causas acima relacionadas; têm forte herança familiar);
Convulsão Febril (causada por febre).
É importante reforçar que a convulsão não é transmissível (não se“pega”), não havendo motivo para evitar contato com pessoas que sofreram algum distúrbio convulsivo ou discriminá-las. Também deve ser lembrado que há outras causas de convulsões além da epilepsia (citadas acima).
Convulsão febril
A convulsão febril é o distúrbio convulsivo mais comum na infância. Acomete de 2 a 5% das crianças até 5 anos de idade. Ela é definida como “uma crise que ocorre na infância, geralmente entre três meses e cinco
anos de idade, associada a febre, mas sem evidência de infecção intracraniana (como meningite) ou de doença neurológica aguda (trauma, tumor)”. Normalmente não deixa sequelas, raramente ocorre mais de três vezes e desaparece após os 5 anos de idade. A crise febril normalmente é generalizada e ocorre durante a
rápida elevação da febre.
Procedimentos durante uma crise convulsiva
A crise convulsiva costuma ser um momento muito estressante. A primeira coisa que deve se ter em mente é que a maioria das crises dura menos que 5 minutos e que a mortalidade durante a crise é baixa. Assim, deve-se manter a calma para que se possa, efetivamente, ajudar a pessoa. Medidas protetoras que devem ser tomadas no momento da crise:
Deitar a pessoa (caso ela esteja de pé ou sentada), evitando
quedas e traumas;
Remover objetos (tanto da pessoa quanto do chão), para evitar
traumas;
Afrouxar roupas apertadas;
Proteger a cabeça da pessoa com a mão, roupa, travesseiro;
Lateralizar a cabeça para que a saliva escorra (evitando
aspiração);
Limpar as secreções salivares, com um pano ou papel, para
facilitar a respiração;
Observar se a pessoa consegue respirar;
Afastar os curiosos, dando espaço para a pessoa;
Reduzir estimulação sensorial (diminuir luz, evitar barulho);
Permitir que a pessoa descanse ou até mesmo durma após a crise;
Procurar assistência médica.
Se possível, após tomar as medidas acima, devem-se anotar os acontecimentos relacionados com a crise. Deve-se registrar:
Início da crise;
Duração da crise;
Eventos significativos anteriores à crise;
Se há incontinência urinária ou fecal (eliminação de fezes ou
urina nas roupas);
Como são as contrações musculares;
Forma de término da crise;
Nível de consciência após a crise.
O que não fazer durante e após
uma crise convulsiva
Várias medidas erradas são comumente realizadas no socorro de uma
pessoa com crise convulsiva. Não deve ser feito:
NÃO se deve imobilizar os membros (braços e pernas), deve-se
deixá-los livres;
NÃO tentar balançar a pessoa. Isso evita a falta de ar.
NÃO coloque os dedos dentro da boca da pessoa, involuntariamente
ela pode feri-lo.
NÃO dar banhos nem usar compressas com álcool caso haja febre pois
há risco de afogamento ou lesão ocular pelo álcool;
NÃO medique, mesmo que tenha os medicamentos, na hora da crise,
pela boca. Os reflexos não estão totalmente recuperados, e pode-se afogar ao
engolir o comprimido e a água;
Se a convulsão for provocada por acidente ou atropelamento, não
retire a pessoa do local, atenda-a e aguarde a chegada do socorro médico.
NÃO realizar atividades físicas pelo menos até 48 horas após a crise convulsiva.
Medicamentos usados em
crises convulsivas
Ass: Alface